18 fevereiro 2009

C1.4 - Uma aula

Fred e Alex chegavam a sala onde iam ter uma aula já começada. Entraram, procuraram André e silenciosamente sentaram-se ao lado dele.
- Já começou à muito tempo? - Perguntou Fred a André na esperança de um "não" como resposta.
- À cerca de dez minutos. - Respondeu André sem virar a cara.
- Podia ser pior... - Comentou Fred.
- Dificilmente! - Respondeu-lhe Alex.
Alex não gostava de chegar atrasado e de facto preferia faltar a chegar a meio de uma aula. Sentia que atrasar-se era uma falta de respeito. Fred, pelo contrário, preferia chegar a cinco minutos do fim do que dizer que faltou. O curioso é que se não fosse Fred, a quem Alex culpara pelo atraso, o mais provável era Alex chegar a sala e antes de entrar olharia para o relógio e desistiria da aula. Passaram o resto da aula com alguma atenção e embora André parecesse o mais atento era quem estava mais distraído pensando para com os seus botões em tudo menos no que devia. A aula acabou e os alunos saíram. Já lá fora Alex comentou para André:
- O Fred é pior que as testemunhas de Jeová! Ainda hoje quando se encontrou comigo tentou falar sobre um artigo qualquer sobre como argumentar contra os que tentam calar os ateístas.
- E tu disseste aquilo que costumas dizer para o calar?
- Yah!
- Por quanto tempo vais continuar a dizer-lhe que o ateísmo é a religião da não religião e que o seu deus é a Ciência Empírica? É que nem tu acreditas nisso!
- Até ele parar de me chatear com isso! Ele sabe que eu detesto discutir sobre dois temas e que um deles é a religião! - Respondeu Alex, mas de facto ele acreditava naquilo, embora não de uma forma tão fria como mostrava a Fred - A ti ele não chateia muito, és católico assumido. Já para mim que, não tenho religião assumida, ele continua a chatear-me com isso a ver se eu me descaio para o seu lado.
André era de facto católico por influência da sua mãe, embora já não fosse todos os domingos a missa continuava a assumir-se como tal, rezava regularmente a Deus e defendia a sua religião daqueles que a atacavam com unhas e dentes (não de uma forma literal!). Pouco depois Fred, que ficara um pouco mais na sala para tirar algumas dúvidas, aproximou-se deles.

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