28 fevereiro 2009

C1.6 - Mas, e se...

- Mas, e se os vossos adversários usarem essas tácticas contra vocês? - Perguntou André.
- 'Tamos lixados... - Respondeu Fred instantaneamente.
-Não necessariamente. - Disse Alex enquanto Jorge acenava com a cabeça em concordância. - Depende de muita coisa e teria de fazer várias alterações a táctica inicial mas não seria necessariamente o meu fim.
- Exacto! - Exclamou Jorge por fim.
- Bem temos de ir para a próxima aula. - Terminou André.
E foram, mas para Alex e Jorge não saia das suas cabeças uma questão, "o que fazer quando usam as suas tácticas contra eles?". André passou outra vez a aula toda com a cabeça nas nuvens e Fred até prestou alguma atenção.

19 fevereiro 2009

C1.5 - Café

- Vamos beber um café? 'Tou a morrer de sono. - Dizia Fred ao aproximar-se.
Os amigos concordaram e foram até a uma máquina de café nas redondezas.
Mas quem era Fred e Alex? Dois rapazes nascidos no mesmo ano com poucos dias de diferença e conheciam-se praticamente desde então. Ambos nascidos de erros amorosos, o que moldava fortemente a sua maneira de pensar. Para Fred a mulher da sua vida teria de estar de igual para ele, ser independente dele, inteligente e auto-suficiente. Para Alex a mulher da sua vida não existia e o seu fado era morrer sozinho e infeliz. Assim, nenhum deles procurava um amor da sua vida. No outro canto do espectro encontrava-se André que, a seu ver, já tinha encontrado o amor da sua vida e já o tinha perdido.
Ao aproximarem-se da máquina do café encontraram Jorge a tirar um café. Cumprimentaram-lo, tiraram os seus cafés e foram-se sentar numa pequena mesa redonda. Enquanto uns mexiam o café já outros o bebiam. Jorge era sempre o último, para ele o café tinha de ficar com a temperatura e com a homogeneidade perfeitas. De facto Jorge demorava tanto tempo a mexer o café que os outros acabavam por ficar fartos. Fred puxou conversa sobre o jogo de estratégia do momento.
- Deve ser igual aos outros todos desse género - Comentou Jorge - As minhas tácticas nesse tipo de jogo são sempre do mesmo género e nunca falham: começas por ter uma economia forte, continuas a criar um exército forte, vais aparando os ataque do inimigo e no fim atacas para a vitória final.
- Esse tipo de estratégia funciona bem em jogos mais simples, do género do Age Of Empires, mas num jogo mais complexo, do género da sequela Total War isso revela-se insuficiente. - Retorquiu Alex - Nesse caso as tácticas a usar variam muito com o tipo de adversário. Se eles tiverem unidades mais fracas ou tão fortes quanto as tuas podes atacar com algum desleixo, mas se tiverem umas unidades mais fortes então o teu ataque não pode ser puramente militar. Neste caso são precisas técnicas morosas de cerco e destruição económica do adversário antes da vitória final.
- Eu acho que mesmo para adversários mais fracos não deve haver desleixo. - Mencionou Fred.
André ficou a ouvir a conversa, dos presentes era o que menos falava, o mais tímido.

18 fevereiro 2009

C1.4 - Uma aula

Fred e Alex chegavam a sala onde iam ter uma aula já começada. Entraram, procuraram André e silenciosamente sentaram-se ao lado dele.
- Já começou à muito tempo? - Perguntou Fred a André na esperança de um "não" como resposta.
- À cerca de dez minutos. - Respondeu André sem virar a cara.
- Podia ser pior... - Comentou Fred.
- Dificilmente! - Respondeu-lhe Alex.
Alex não gostava de chegar atrasado e de facto preferia faltar a chegar a meio de uma aula. Sentia que atrasar-se era uma falta de respeito. Fred, pelo contrário, preferia chegar a cinco minutos do fim do que dizer que faltou. O curioso é que se não fosse Fred, a quem Alex culpara pelo atraso, o mais provável era Alex chegar a sala e antes de entrar olharia para o relógio e desistiria da aula. Passaram o resto da aula com alguma atenção e embora André parecesse o mais atento era quem estava mais distraído pensando para com os seus botões em tudo menos no que devia. A aula acabou e os alunos saíram. Já lá fora Alex comentou para André:
- O Fred é pior que as testemunhas de Jeová! Ainda hoje quando se encontrou comigo tentou falar sobre um artigo qualquer sobre como argumentar contra os que tentam calar os ateístas.
- E tu disseste aquilo que costumas dizer para o calar?
- Yah!
- Por quanto tempo vais continuar a dizer-lhe que o ateísmo é a religião da não religião e que o seu deus é a Ciência Empírica? É que nem tu acreditas nisso!
- Até ele parar de me chatear com isso! Ele sabe que eu detesto discutir sobre dois temas e que um deles é a religião! - Respondeu Alex, mas de facto ele acreditava naquilo, embora não de uma forma tão fria como mostrava a Fred - A ti ele não chateia muito, és católico assumido. Já para mim que, não tenho religião assumida, ele continua a chatear-me com isso a ver se eu me descaio para o seu lado.
André era de facto católico por influência da sua mãe, embora já não fosse todos os domingos a missa continuava a assumir-se como tal, rezava regularmente a Deus e defendia a sua religião daqueles que a atacavam com unhas e dentes (não de uma forma literal!). Pouco depois Fred, que ficara um pouco mais na sala para tirar algumas dúvidas, aproximou-se deles.

17 fevereiro 2009

C1.3 - Novo Dia

Alex, cujo verdadeiro nome era Alexandre, debatia-se contra os lençóis, o frio e a preguiça para sair da cama. Por fim levantou-se vitorioso arranjou-se e foi ate à porta de um café que ficava na rua da sua casa onde esperou por Fred, cujo verdadeiro nome era Frederico. Não passara mais de um minutos até Fred chegar.
- Desculpa o atraso?
- Tive aqui mais de meia hora à tua espera!
- Epá, é que ontem tive até as 4 da manha a ver uns blogues, hoje quando acordei já tinha passado a minha hora do banho e tive de esperar que o Rui se despacha-se para poder ir tomar banho.
Rui era um companheiro de casa de Fred que ficava para último na lista do banho por ser o mais rápido a despachar-se.
- Graças a isso hoje acabei por não tomar pequeno-almoço! Mas pronto, ficas-me a dever uma! - disse Alex começando a andar para o seu destino, Fred sigui-o e começou nova conversa:
- Mas ontem encontrei um artigo num blogue sobre como argumentar contra os argumentos usados para calar os ateístas!
- Parabéns! - Exclamou Alex fazendo uma cara de enjoo.
- A sério! Aquele artigo estava espectacular! Por exemplo...
- Já sabes que esta conversa não vai alterar as minhas crenças, também sabes que há dois temas sobres os quais eu não gosto de discutir, sendo a religião um deles! - Interrompeu Alex com uma tom irritado na voz.
- Pois, relativamente a esse... - Fred não disse mais nada ao ver a cara do amigo ficar claramente irritada.
- Meus Deus! Tenho de repetir tudo o que já disse-te sobre o que acho? Sobre como acho-vos patéticos na vossa religião que é a não-religião? Da forma como constantemente invocam o vosso deus denominado Ciência Empírica para tudo e para nada? E...
- Já sei, já sei! Vais dizer que Deus existe e que a religião é uma criação do homem e como tal é algo corruptível, mas que desde que uma religião não tente impor-se tu não te chateias com isso e cada pessoa pode ter a religião que quiser desde que não seja uma dessas religiões que se tentam impor a tudo e a todos. Por fim vais acabar com um "independentemente do que tu vais dizer eu não mudo a minha opinião!"- Desta vez era Fred com uma cara de desanimo a interromper Alex. Alex esboçou um sorriso e comentou:
- Pronto! 'Tás a ver como aprendes depressa? Agora vamos mudar de conversa!
- Mas mesmo assim...
Mas Fred não se atreveu a continuar e disfarçadamente mudou de tema. Pelo caminho falaram de banalidades, como o caso do clima que estava cada vez mais frio, do Benfica de quem eram adeptos e continuava a ter resultados insuficientes e pouco antes de chegarem ao seu destino discutiram algumas matérias dos seus estudos. Nenhum deles era um aluno propriamente brilhante, mas também não eram maus. Raramente deixavam cadeiras por fazer e ainda mais raramente faziam com mais de 15.

C1.2 - O Caminho

André saia do comboio, estava cansado, ensonado e com uma certa fome, mas lá no fundo isso não o importava. Via isso como parte da sua condição humana e quanto a isso não havia muito a fazer. Decidira comer qualquer coisa pelo caminho da estação até sua casa e quanto ao resto seria resolvido no seu devido tempo. Enquanto caminhava pensava na sua vida, nos seus estudos e no que iria fazer quando chegasse a casa. Não tinha nada de especial para fazer pelo que iria por-se em frente do computador, talvez dar uma vista de olhos numa qualquer matéria esquecida nas mãos do tempo. Já não pensava no rapaz com o Ambiente de Trabalho cheio de icons nem na criança do banco de trás que o observara com a curiosidade própria da idade. Apenas caminhava com a cabeça na lua, até que de repente alguma coisa o despertou, uma rapariga. Nunca tinha visto aquela rapariga em toda a sua vida e possivelmente nunca mais a veria, mas os seus traços faciais empurraram a memória de uma rapariga que conhecera e por quem se apaixonara. Tinha sido à muito tempo e já pouco ou nada sentia por ela, no entanto a dor da rejeição ainda o atormentava. Já se tinha apaixonado por duas ou três raparigas durante a sua existência, no entanto nunca fora correspondido. Interrogava-se se alguma vez iria encontrar aquela pessoa especial com quem quereria passar o resto da sua vida e respondia-se negativamente. Pensava em qual das personagens principais do livro que andava a ler se identificava mais, no entanto havia aquele pormenor na sua vida amorosa nunca correspondida que o separava de todos eles. Todas aquelas personagens de uma forma ou de outra, com mais ou menos separações e com mais ou menos traições acabavam por ter alguém especial com eles.
Parou para comprar uma sandes e continuou a andar. Para André andar na rua à noite fazia com que ele se sentisse-se vivo. O perigo, que a bem verdade não era assim tão grande, mantinha-lo desperto e alerta numa sensação que ele aprendeu a gostar na sua vida tão sem sal. Pensava nas diferenças entre o amor e o ódio e como é possível amar e odiar uma mesma pessoa. Lembrava-se como aquela rapariga em quem confiou, contou-lhe o que a ninguém tinha contado e esperou o seu melhor e acabaria por deixar-lo uma vez mais desiludido. Não esperava a perfeição vinda dela, sabia por experiência própria que ninguém é perfeito, mas mesmo assim as falhas que ela lhe mostrara formaram um poço de ódio no seu coração. Assim, agora sempre que a via ou sempre que pensava nela, dividia-se entre uma parte que a queria amar e outra que a queria odiar mas, no fundo não sentia nada por ela. Acabaria por chegar a casa, pousar as malas no chão e tal como tinha previsto sentou-se em frente ao computador, procurou as últimas novidades daquele mundo virtual deixou um qualquer comentário num qualquer site e viu os seus emails. Como sempre não havia grandes novidades. Passou por mais um ou outro site e foi deitar-se. Na cama continuava a ler o seu livro e continuava a interrogar-se sobre a personagem com a qual melhor se identificava.

16 fevereiro 2009

C1.1 - Viagem

Uma viagem de comboio como tantas outras que André fez ao longo da sua vida, distraia-se a ler um livro, o seu livro favorito. Uma criança particularmente irrequieta com sua avó no banco de trás observava-o. Teria dois ou três anos no máximo, já andava e volta e meia fugia à sua avó na ânsia de conhecer o mundo. Ânsia tão comum naquela idade de exploração, mas naquele momento observava André. André sentiu-o e olhou a criança de volta, não sabia o que passava na cabeça da criança, era-lhe impossível compreender por inteiro, no entanto sabia que provavelmente como rapaz de cabelo comprido que era se tornava numa raridade para aquela criança com a curiosidade no seu auge. Ao fim de breves segundos a criança cortou o olhar e voltou para a sua avó. André continuou a ler o seu livro, A Insustentável Leveza do Ser de Milan Kundera. A história de um homem e de uma mulher, que se bifurca na história da amante desse homem e um outro homem de quem ela se torna sua amante. Obviamente essa é a história, no entanto mais do que uma história esse livro era um universo de pensamentos e filosofias. Há bom livros, cuja história e a ânsia de saber o que vai acontecer, nos prende e nos obriga a ler só mais uma página até não haver mais páginas e obriga-nos a continuar no volume seguinte. Mas nesse livro ele não se sentia obrigado a ler continuamente, a história acabava por não ser nada de mais, mas cada vez que lia uma linha sentia-se a partilhar de um conhecimento acumulado pelo autor.
Volta e meia a criança voltava a observa-lo mas ele fingia que não reparava e continuava a ler o seu livro interrogando-se com que personagem ele se identificava mais. Numa paragem entrou um rapaz que se sentou alguns bancos a sua frente, André continuou sem ligar ao mundo que o rodeava, tentando entrar no universo do autor, nas atitudes das personagens e nas suas dualidades e dúvidas. Acabou um capítulo e olhou em frente. Viu o rapaz que tinha entrado na última estação e entretanto ligado o seu portátil. Reparou num Ambiente de Trabalho cheio de icons e um pensamento involuntário de superioridade correu-lhe na cabeça "Burro! Quem é que ainda não sabe que ter tantos icons no Ambiente de Trabalho torna o arranque incrivelmente mais lento!". Mas esse pensamento rapidamente se desvaneceu e tornou-se numa série de interrogações "Porque é que ele haveria de saber aquele quase pormenor? Porque é que ele haveria de querer ter o seu arranque mais rápido? Porque é que eu me senti superior a ele por saber aquilo?". A primeira pergunta era simples de responder com um "só pode saber o que sabe e se ninguém lhe disse é normal que não saiba", a segunda na sua cabeça tornava-se num "Mas quem é que não quer perder o mínimo tempo possível?", mas a terceira deixou-o de rastos num sentimento de inferioridade provocado por aquela falsa sensação de superioridade. Sentiu-se envergonhado e continuou a ler o seu livro até chegar a sua estação e sempre com aquele sentimento de inferioridade e culpa por se julgar superior sem motivos para isso.

12 fevereiro 2009

Excessos

Nunca valem a pena. São feios. Desnecessários. Evitáveis. No entanto há sempre alguém que lhes acha piada... Valha-nos a estupidez humana e a sua imaturidade!

11 fevereiro 2009

É cega ou não quer ver?

dui lawyer newport beach


Há quem diga que a justiça é cega, não sei se é ou se não quer ver. Todos os dias vejo situações que me deixam desconfiado quanto à natureza dela. Não só da justiça dos tribunais, mas do dia a dia. Uns dizem que só com tachos e cunhas se chega a algum lado, outros ainda querem acreditar que com trabalho e demonstração de habilidades lá chegam. Quero pertencer ao segundo grupo, mas não sei se sou suficientemente trabalhador ou particularmente habilidoso. No fundo a justiça é como a sua imagem, não é cega e quer ver, mas tem os olhos tapados. Será justo o fotografo que é convidado a ir a um casamento, no casamento tira fotografias de desleixo técnico e cobra um pequeno balúrdio pelas fotos aos convidados? Não mostra habilidade para fazer o que é suposto e no fim quase goza com os que querem uma recordação daquele momento tão especial. No fim de contas, há tantos casos de não justiça na sociedade do dia a dia que ela reflecte-se nos tribunais, não fossem os tribunais uma extensão desta sociedade.

10 fevereiro 2009

Windus FTW!!!

Só digo isto, que depois disto, se torna algo de previsível. Eu acho que é um tanto óbvio que a utilização de certos sistemas operativos conhecidos pela falta de segurança em sistemas de defesa não podia dar grande resultado. Mas pronto, cada um é que sabe de si.

p.s.: Sim, continuo com títulos irónicos.

09 fevereiro 2009

YEH!

Regresso as aulas!
Eu quero ter férias... assim como quem não quer a coisa, umas férias até davam jeito... E sim, hoje espalhei-me ao comprido no exame.

p.s.: Para quem não percebeu o "YEH! Regresso as aulas!" é irónico.

07 fevereiro 2009

Curiosidade

Na próxima sexta-feira 13, pela 23:31:30 o tempo UNIX será de 1234567890.

06 fevereiro 2009

Find

Hoje dei com um novo (pelo menos para mim) motor de busca de nome Find. Pareceu-me interessante e em alguns teste que fiz deu resultados pretendidos/esperados com uma ou outra excepção. Tem um aspecto limpo e não tem alguns dos vícios do google. No entanto para as mesmas expressões testadas o google deu valores tão bom ou melhores e em menos tempo.

Para ver o que o futuro reserva a este motor de busca.

05 fevereiro 2009

Cego...

Pior que o cego é aquele que não quer ver... eu não quero ver que se sinto a tua falta. Não quero ver que penso em ti todos os dias, várias vezes ao dia. Não quero ver a aproximar-me de ti, porque não quero ver a afastares-te. Sobre tudo não quero ver a afastar-me de ti, porque não quero ver a aproximares-te de mim...

03 fevereiro 2009

bargh!

Na minha curta vida já errei muita vez. Já errei por não pensar e já errei por pensar de mais. Já errei por preguiça, sem dúvida a mais estúpida forma de errar! Também já errei por amor ou por ódio e pelos dois. Já errei por beber demais e no dia a seguir não me lembrava como tinha errado, apenas algo dentro de mim dizia-me para ter vergonha de ter errado. Quero pedir desculpa por algo que não sei, mas a vergonha é demasiada...

02 fevereiro 2009

O Estudo

Para estudar de forma eficiente não são necessárias várias horas nem todos os exercícios resolvidos, mas isso já toda a gente sabe. A forma mais eficiente de estudar que eu encontrei consiste em ler a parte teórica e resolver 2 ou 3 exercícios de cada capítulo. Sim, ler a parte teórica toda com o mínimo de cabeça dá trabalho e resolver exercícios ainda mais. Mas sempre que faço isto acabo por me safar. E vocês, que métodos de estudo preferem ou costumam usar?

Mudanças no blog

Resolvi fazer umas mudanças no template do blog porque o anterior começou a dar erros. Acabei por meter este template com a ajuda do xcubic (tem jeito para estas coisas ;))! Aproveito também para falar do meu contador de visitas para o qual é necessário clicar no icon no lado direito por baixo do titulo "visitas". Na pagina aberta tem acesso a várias estatísticas de visitas e na coluna da esquerda sobre "This site's statistics" há algumas opções de estatística adicional.