Já não escrevo aqui à muito tempo. Há tanto tempo que já não me lembro quando foi. A minha memória nunca foi grande coisa, por isso não me admiro de não lembrar. Mas não foi para isso que decidir escrever aqui mais um texto.
O meu pais, a brava nação lusitana está neste momento a passar por uma fase muito baixa. Sinto que o resto do mundo simpatiza com os portugueses, no entanto, não creio que nos compreendam. Que nação é esta que já foi a mais pobre da Europa para se tornar a mais rica do mundo? Porque nos lamentamos com tanta facilidade, se este pais sempre foi abençoado por Deus? Sempre que caímos, e durante a nossa historia não foram poucas as vezes, acabamos por nos levantar. Sempre que perdemos tudo acabamos por encontrar forma de voltar a recuperar algo. Primeiro os descobrimentos, depois o ouro do Brasil, depois a união europeia... com tantos outros momentos pelo meio que nos seguraram à tona como nação. E o que fizemos cada vez que isso acontecia? Esbanjamos tudo. Sempre, nunca aprendemos com os nossos erros. Nações com menos sorte que nós desapareceram, outras nações com menos sorte educaram os seus povos e sobreviveram.
Actualmente parece que estamos outra vez à beira de desaparecermos, que aprendemos nós com o passado? Nada. De onde surgiu esta crise? Bem, é complicado. É fácil culpar as grandes instituições financeiras ou as mediadas económicas dos últimos governos, mas serão estes os verdadeiros ou únicos responsáveis? Não, a verdade é que falhamos enquanto sociedade. Os nossos pais passaram por grandes sacrifícios que juraram nunca vir a passar aos seus filhos. Os seus filhos são a minha geração e os mais novos, gerações estas incapazes de lutar contra as contrariedades da vida. Gerações mimadas que nunca ouviram um "Não", com os seus pais a preferirem passar fome a deixar o seu filho sem as últimas calças de marca ou telemóvel de ultima geração. Gerações sem memória, sem conhecimento do seu passado, sem educação... até podem ter um grau académico mas, onde têm a educação? Onde está a capacidade de lutar? Onde está a capacidade de sacrifício?
p.s.: Responsabilizo principalmente o senhor José Sócrates pelo estado tão grave em que a nação está neste momento.
01 maio 2011
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